No início de seu último ano de mandato, o governador Reinaldo Azambuja comemora a nota A conquistada por Mato Grosso do Sul na classificação de crédito e queixa-se da falta de diálogo na definição do piso nacional dos professores: “Tudo bem! Já que eles estão dando o aumento, então, me mandem o dinheiro”.
No aniversário de 68 anos do Correio do Estado, Azambuja também exaltou a importância da imprensa devidamente estabelecida e independente. “É o esteio da democracia”, disse.
Perfil: Reinaldo Azambuja Silva
Reinaldo Azambuja Silva, 58 anos, é governador de Mato Grosso do Sul pelo segundo mandato, que se encerra no fim deste ano.
Agropecuarista, Reinaldo foi prefeito de Maracaju por dois mandatos (1997-2005), deputado estadual (2007-2011), deputado federal (2011-2014) e tomou posse como governador de Mato Grosso do Sul em 2015.
Governador Reinaldo Azambuja, o senhor entra no oitavo ano de mandato em uma situação bem diferente da de 2015, quando chegou ao Parque dos Poderes, uma situação bem mais confortável que a de outrora. O que ocorreu de lá para cá?
Hoje em dia, nada fácil é para ninguém, tudo é conquistado, é na luta. E esta situação confortável do governo foi conquista por meio das medidas, era o que tínhamos a fazer.
Acho que valeu a pena e estou muito contente com o posicionamento de Mato Grosso do Sul hoje. A gente conseguiu mudar de patamar.
Em comparação com aquele Estado que era lá em 2015, quando a gente começou, hoje é um outro Estado, em todos os indicadores. Isso é muito positivo para toda a população, para todos os setores.
Nós reposicionamos Mato Grosso do Sul, hoje, como um dos estados com melhores índices de desenvolvimento e que oferece mais oportunidades. E não é o governador falando, os indicadores de MS falam por nós.
Qual a importância dos estímulos dos últimos anos de pandemia? O que possibilitou a concessão deles e quais os efeitos?
Foi um grande trabalho. A gente começou 2015, em uma das maiores recessões da história, em crise econômica.
Nosso primeiro mandato começou com uma série de desafios e, por isso, reposicionamos Mato Grosso do Sul com várias reformas: administrativa, tributária, fiscal [teto de gastos], redução do tamanho da máquina pública.
Isso possibilitou enfrentar as crises: a crise econômica e, agora, a crise da pandemia [de Covid-19]. E estamos indo para o terceiro ano de pandemia: 2020, 2021 e, agora, 2022. Mas o Estado conseguiu.
Pudemos atender a população e nos posicionamos bem, como um estado que fez uma boa vacinação, cuidou das pessoas e criou uma importante base de apoio à saúde.
Também pudemos atender os setores impactados, por exemplo, o de bares e restaurantes, em que fizemos um grande trabalho, assim como o de turismo, muito prejudicado, e também o de cultura, que recebeu apoio.
Mas, principalmente, o grande apoio foi à população mais vulnerável economicamente.
Um dos programas que a população está sendo assistida é o Mais Social, com um cartão de compra que permite o acesso ao gás de cozinha, e o Energia Social, que é economia direta no orçamento da família mais pobre, que é a família que consome até 200 kW e está no CadÚnico [o cadastro da assistência social].
O seu sucessor terá pela frente uma situação mais tranquila do que a que você pegou?
Sim, muito mais tranquila, e vou dizer para você o porquê. Vamos ser Capag A [capacidade de pagamento, classificação do Tesouro Nacional] neste ano, e isso significa que estamos entre os estados que têm a melhor capacidade fiscal entre todas as unidades da Federação.
Hoje são apenas três, e Mato Grosso do Sul será o quarto. Um segundo ponto: o próximo governador vai receber o Estado que mais investe per capita entre todas as unidades da Federação, receberá um Estado que reduziu a dívida.
Isso é um assunto que pouca gente sabe: em janeiro de 2015, Mato Grosso do Sul devia 98% de sua receita corrente líquida, hoje, essa dívida corresponde a 44% da receita.
Reduzimos o endividamento praticamente pela metade, e isso melhorou a equação fiscal.
O próximo governador ainda receberá o estado com a segunda melhor nota de equilíbrio fiscal do Brasil. Ainda vai receber um estado que é o sexto mais competitivo do País e o primeiro da Região Centro-Oeste. Situação muito melhor do que a que recebemos em 2015.
(*) Correio do Estado