Investigação aponta que servidores mandaram fotos de agentes para quadrilha que arrecadava R$ 11 milhões por mês com venda de droga
Quatro militares que atuam em Ponta Porã, na região de fronteira com o Paraguai, foram acusados por policiais federais de agirem como supostos cúmplices de uma organização criminosa que traficava droga, principalmente maconha, do Paraguai para grandes centros, como São Paulo e Minas Gerais.
Eles tiravam fotografias de policiais federais que espionavam a quadrilha, na fronteira, e mostravam para os chefes do bando.
Com o dinheiro do crime, a quadrilha comprava fazenda e imóveis, e teria movimentado em torno de R$ 150 milhões no período de um ano e dois meses.
De acordo com a operação da Polícia Federal, a Aqueus, dois moradores de Três Lagoas eram quem corrompiam os PMs.
A dupla comprava a droga em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, trazia a carga para Campo Grande, depois as mandavam para os territórios mineiro e paulista.
A reportagem apurou que os militares que seriam comparsas dos traficantes atuam na Força Tática do 4º Batalhão da Polícia Militar de Ponta Porã. Contra eles foram cumpridos mandados de busca e apreensão, apenas. Por enquanto, ficam em liberdade aguardando manifestações judiciais. Podem ser presos depois, informou a PF.
Investigadores da trama informaram que, em 14 meses, os traficantes movimentaram em contas de laranjas, como a polícia chama pessoas que emprestam o nome para ocultar bens de origem ilícita, em torno de R$ 155 milhões, uma média de R$ 11 milhões por mês.
Ainda de acordo com a PF, chefiavam a quadrilha Alexandre da Silva Paixão e Heitor Ferreira Gomes, apelidado de Gordinho.
A dupla mora há tempos em Três Lagoas, mas iam com frequência para Pedro Juan Caballero, cidade gêmea a Ponta Porã, onde negociava toneladas de maconha, segundo a Polícia Federal.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul para comentar o caso, entretanto, até o fechamento desta edição não recebeu resposta.
INVESTIGAÇÃO
Nota divulgada pela PF informou que para movimentar os valores envolvidos nas negociações, a organização indicava contas bancárias de empresas de fachada para os compradores, fazendo com que o pagamento da droga chegasse diretamente ao fornecedor na região fronteiriça.
Os líderes adquiriam carregamentos de droga em Ponta Porã e coordenavam, à distância, todo o transporte da droga, a qual era armazenada em um depósito em Campo Grande.
(*) RADÍO CAÇULA