Médico morto em Dourados usava a ‘beleza’ para aplicar golpes

As investigações da Polícia Civil sobre a morte do médico Gabriel Rossi, de 29 anos, em Dourados, apontam que ele usava a ‘beleza’ para golpes financeiros. Ele foi torturado e executado ao cobrar uma dívida de R$ 500 mil do grupo de estelionatários que fazia parte.

Ele era ‘a ponta’ do golpe, usando a aparência física como estratégia para ter sucesso na ação. “Gabriel era a ponta do golpe. O médico utilizava da aparência e da beleza delega para aplicar o golpe. A vítima participava da ponta do esquema golpista”, detalha o delegado responsável pelo caso, Erasmo Cubas, ao G1.

Gabriel era responsável pelo último passo do golpe. O médico sacava o dinheiro dos benefícios de pessoas mortas e dos cartões clonados.

Tortura e morte – Ao chegar na residência, no dia em que desapareceu, Gabriel acreditava que encontraria uma pessoa para repassar contatos sobre fornecedores de drogas, porém, foi amarrado e torturado. O trio de capangas contratado por Bruna já o esperavam no local.

No imóvel, foram encontrados aparelhos de tortura, comprados em Ponta Porã. Na caixa do equipamento tinha o nome de Bruna. De acordo com o delegado, o trio usou o aparelho de choque para assustar o médico, que era alto. Ele citou que, apesar de fortes, os assassinos tinham estatura baixa, o que dificultaria na mobilização de Gabriel.

“Ele foi amarrado com fios, colocaram uma meia na boca dele para não gritar. Uma típica atuação de tortura. Sacola, sangue jorrado nas paredes e mais esta informação trágica, de que ele permaneceu lá agonizando por horas e dias. Vindo a morrer no domingo (30) ou segunda (31)”, disse Cubas.

O corpo do médico foi localizado apenas no dia 3 de agosto, em cima de uma cama, com mãos e pés amarrados. Perícia indica que ele foi estrangulado e teve o pescoço perfurado.

O caso – Gabriel desapareceu no dia 26 de julho após deixar o plantão no Hospital da Cassems. Ele deveria então seguir para o Hospital da Vida e no UPA (Unidade de Pronto Atendimento), onde estava escalado para trabalhar, mas não compareceu.

A família ainda manteve contato com o número de WhatsApp de Gabriel, mas suspeitaram que outra pessoa estaria respondendo. Dessa forma, eles registraram boletim de ocorrência e as redes sociais do médico foram deletadas.

Na quinta-feira (3), o médico foi encontrado morto em uma residência na Vila Hilda. Ele estava sobre a cama com as mãos e os pés amarrados.

O caso segue sendo investigado pelas autoridades locais.

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