Em prisão domiciliar desde junho do ano passado, em Campo Grande, uma nova perícia médica, já concluída, deve reformar pela segundo vez a medida e Fahd Jamil, de 80 anos de idade, continuar preso em casa, em regime domiciliar que cumpre desde junho do ano passado. Doença grave livra Fahd, apelidado de o “Rei da Fronteira” [Brasil com o Paraguai] da cadeia.
Fahd foi alvo da Omertà, operação deflagrada em setembro de 2019 que envolvera forças especiais das polícias civil e militar, conduzida pelo braço forte do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o Gaeco, que desmantelou uma máfia especializada em crimes de milícia armada, porte ilegal de arma, assassinatos, corrupção ativa e passiva.
De acordo com parecer médico, encaminhado pelo Gaeco à Primeira Vara Criminal, Fahad, “é portador de uma grande número de comorbidades e que necessita de seguimento periódico e contínuo por equipe multidisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas e nutricionistas. Além disso é usuário de oxigenioterapia domiciliar contínua”.
Ainda conforme o laudo, “o periciando octogenário apresenta comorbidades que comprometem de forma importante a sua condição clinica atual, não sendo apropriada a sua permanência em ambiente prisional”.
Também conforme o comunicado encaminhado ao Judiciário, os promotores do Gaeco, favoráveis à manutenção da prisão domiciliar ressaltam no documento: “impende frisar, por fim, que, apesar do precário estado de saúde de FAHD JAMIL, ainda remanescem os motivos que deram ensejo à decretação de sua prisão preventiva”.
André Borges, advogado de Fahd, disse ao Correio do Estado que “a defesa ainda não foi intimada para manifestar sobre laudo do perito, mas decisão em grande parte atende ao que ainda será requerido”.
Fahd é compadre do ex-bicheiro Jamil Name, que morreu aos 82 anos de convid-19, em junho do ano passado. Name morava em Campo Grande e pegou a doença enquanto encarcerado num presídio do Rio Grande do Norte, também foi detido na operação Omertà.
Já Fahd, que teve um irmão deputado federal, Gandi Jamil, sempre morou em Ponta Porã, região de fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.