Os três adolescentes apreendidos com planos de realizar um massacre na Escola Municipal Francisco Meireles, em Dourados, serão mantidos por cinco dias em cela da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) até a transferência para uma unidade da Unei (Unidade Educacional de Internação). O flagrante aconteceu nesta terça-feira (30) e menores até utilizavam de símbolos nazistas.
Segundo apurado pelo portal Dourados News, os adolescentes estavam arquitetando um ataque a escola há dias. O grupo ainda simulava estratégias de ataque, discutia formas de agir e o principal alvo seria uma professora de geografia, além de colegas de classe.
A decisão foi proferido pelo juiz da Vara da Infância e Juventude, Eguiliell Ricardo da Silva. O juiz ressaltou que a apreensão em flagrante, somada às provas coletadas, exigiu uma resposta imediata para garantir a segurança da comunidade escolar.
Objetos e simbologia
A delegada Andreia Alves Pereira, titular da DAIJI (Delegacia de Atendimento a Infância, Juventude e Idoso) de Dourados, explicou que dois dos adolescentes apreendidos desenharam símbolo nazista no braço, e portavam facas e objetos cortantes.
“Em suas oitivas confessaram a intenção de cometerem o massacre. Inclusive, dois dos menores, desenharam no braço, o símbolo da suástica nazista. Eles estavam portando facas, machetes, balaclava e calças camufladas, objetos que estavam no interior das mochilas. A ideia veio de uma dos menores, que viu na internet uma notícia acerca de um massacre na escola e quis cometê-lo e convidou os outros dois”, detalhou a delegada ao portal Dourados Informa.
O caso
A intenção foi descoberta após uma denúncia que mobilizou a Guarda Municipal na manhã de terça-feira (30). Quando a equipe da Ronda Escolar chegou ao local, os menores já estavam contidos na sala da direção, junto de professores.
Um dos envolvidos, de 14 anos, relatou que a ideia surgiu a partir da organização de um “massacre na escola” e que buscavam inspiração em casos semelhantes vistos na internet.
Entre as táticas mencionadas, estavam agir em grupo, manter o silêncio, posicionar-se de costas para a parede, portar mochilas pesadas e se revezar em entradas e saídas das salas, escolhendo momentos estratégicos como o intervalo.
Um dos episódios que levantou suspeita ocorreu quando a professora de Geografia, apontada como alvo pelos adolescentes, entrou em uma sala e percebeu os três encostados contra a parede, em silêncio e isolados dos demais colegas. Ela tentou conversar e questionar o comportamento, mas os menores não responderam, o que reforçou a desconfiança.
Pouco depois, outro professor abordou um dos adolescentes, que se recusava a abrir a mochila. O objeto aparentava estar pesado e, ao ser inspecionado pela direção, foram encontradas as facas. A Guarda Municipal foi então acionada.
Segundo o boletim, um dos menores ainda tentou disfarçar a arma dentro da mochila e resistiu a entregá-la quando solicitado. Apesar da gravidade da situação, ninguém ficou ferido.