Sete foragidos de Mato Grosso do Sul foram incluídos pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) na nova lista nacional do Projeto Captura, divulgada nesta segunda-feira (8). A relação reúne criminosos considerados de alta periculosidade, com mandados de prisão em aberto, e concentra nomes ligados ao tráfico internacional de drogas e a organizações armadas que atuam na fronteira.
Foram enviados os nomes de Antonio Joaquim Mendes Gonçalves, Cleber Laureano Rodrigues Medeiros, Éder de Barros Vieira, Gerson Palermo, Osmar Pereira da Silva, Phillypi Junior Nunes Matos e Ricardo de Souza. Até agora, a lista nacional soma 199 perfis enviados pelos estados.
A lista do Projeto Captura permite que cada estado encaminhe até oito nomes de foragidos considerados mais perigosos. As informações incluem nome, idade, local de nascimento e possíveis apelidos. Segundo o MJSP, fugitivos podem estar atuando fora do estado de origem, inclusive em áreas dominadas por facções.
O Ministério também anunciou que instalará uma célula operacional do projeto no Rio de Janeiro para localizar criminosos que se escondem em comunidades controladas pelo crime organizado.

Líder de grupo paramilitar – Entre os mais procurados está Antonio Joaquim Mendes Gonçalves, conhecido como Motinha, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma organização paramilitar que atuava entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero. Ele é considerado sucessor do pai, Antonio Joaquim da Mota, conhecido como “Tonho”, também foragido.
“Motinha” ganhou destaque internacional ao fugir em três operações policiais usando helicópteros. Em ações recentes, como a Operação Magnus Dominus, foi condenado pela Justiça Federal por comandar organização criminosa armada e transnacional. A investigação apontou que ele recrutava mercenários estrangeiros, montava estruturas próprias de comunicação, logística e segurança, além de usar fazendas no Paraguai como bases para o tráfico de cocaína enviada ao Brasil.
Piloto condenado a 100 anos – Outro nome de grande relevância na lista é Gerson Palermo, piloto e condenado a mais de 100 anos de prisão por tráfico internacional de drogas. Ele fugiu em abril de 2020, oito horas após receber prisão domiciliar durante o plantão do Tribunal de Justiça, benefício que foi revogado no mesmo dia.
Palermo tem histórico ligado ao transporte de grandes cargas de cocaína pela fronteira e à participação no sequestro de um Boeing da Vasp, em 2000, caso em que a quadrilha roubou nove malotes bancários avaliados à época em R$ 5,5 milhões. Ele também já foi apontado como integrante de alto escalão do PCC.
Mistério do PCC – Já Eder de Barros Vieira foi condenado por matar Sandro Lucas de Oliveira, o “Alemãozinho”, em ação definida como julgamento interno de facção, no dia 8 de dezembro de 2019, em um barraco da Vila Bordon, em Campo Grande. O réu participou das decisões por telefone, segundo a acusação, e atuou como mandante do crime motivado por disputa entre grupos rivais. A sentença foi definida nesta sexta-feira, após novo júri convocado para reavaliar o caso.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) afirmou que Eder e outros quatro participantes do PCC sequestraram Sandro, acusado de envolvimento com o Comando Vermelho. Os responsáveis mantiveram a vítima presa e a mataram com golpes de faca. O grupo enterrou o corpo no mesmo local e deixou os restos mortais no terreno, onde só foram encontrados sete meses depois.
Tribunal do crime – Cleber Laureano Rodrigues Medeiros, 50 anos, já tinha o rosto estampado em cartaz de “procurado” no ano de 2023. Na ocasião, a divulgação foi da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Campo Grande.
Liderança do PCC em São Paulo, ele era um dos envolvidos no “tribunal do crime” em que Thiago Brumatti Palermo, 30 anos, e Marcelo dos Santos Vieira, 45 anos, foram sentenciados à pena de morte.
Em 24 de julho de 2023, os corpos foram encontrados em um Ford Fiesta, na Avenida Wilsom Paes de Barros, em Campo Grande. Os homens assassinados trocaram 40 quilos de cocaína por gesso.
Osmar Pereira da Silva, o Branco, chegou a ser preso em 2012. Ele integrava quadrilha que fez roubos sequenciais em Bodoquena, Anastácio e Bonito. Os alvos foram em residência, mercado, lotérica e joalheria. Os crimes renderam R$ 120 mil. Naquela ocasião, Osmar tinha fugido da antiga Colônia Penal Agrícola em Campo Grande. Ele acumula diversas passagens por roubos e é da facção criminosa PCC.
Fonte: Campo Grande News



