A Polícia Militar chegou até a cena do feminicídio ocorrido na noite desta quarta-feira (27), em Bataguassu, após uma vizinha encontrar uma faca ensanguentada jogada dentro do quintal. O objeto foi arremessado pelo suspeito Vagner Aurélio Fernandes dos Santos, de 59 anos, logo após assassinar Érica Regina Moreira Motta, de 46 anos, em sua casa no bairro Jardim Real.
Segundo a Polícia Militar, vizinhos acionaram o 190 após ouvirem gritos, discussões e pedidos de socorro vindos da casa de Vagner desde a tarde. A primeira ligação foi feita por uma moradora, que relatou ter visto o suspeito, ensanguentado, jogar uma faca dentro de seu quintal antes de sair correndo.
Outra vizinha afirmou que havia pelo menos dois dias que ouvia gritos femininos vindos da residência, indicando que a vítima estaria em cárcere privado. Quando a equipe da PM chegou ao local, encontrou o portão trancado com dois cadeados e precisou arrombá-los.
Dentro do imóvel, os policiais acharam Érica já sem vida, caída sobre o sofá da sala, com pelo menos cinco perfurações de faca, concentradas no rosto e no pescoço. A cena mostrava sinais de luta, com a casa completamente revirada.
O corpo estava na sala, próximo à porta de entrada, que foi forçada pelos policiais para conseguir acesso. A perícia confirmou que as facadas foram desferidas com uma arma branca que, segundo testemunhas, foi jogada pelo autor para o outro lado da rua antes de fugir. O objeto foi apreendido.
Prisão do suspeito
Enquanto as equipes realizavam os primeiros levantamentos, investigadores da Polícia Civil iniciaram buscas pelo autor. Vagner Aurélio foi localizado pouco tempo depois no Terminal Rodoviário de Bataguassu, onde estava sentado em uma lanchonete, comendo um salgado e bebendo cerveja.
Ele tinha roupas manchadas de sangue e um ferimento na cabeça. Durante a abordagem, o suspeito não resistiu e admitiu o assassinato. Conduzido à delegacia, passou por exame de corpo de delito e foi autuado em flagrante pelos crimes de feminicídio e cárcere privado, com a prisão preventiva decretada.
No interrogatório, Vagner confessou já ter tentado matar outras duas garotas de programa em ocasiões anteriores. O delegado Daniel Wollz afirmou que as investigações vão apurar essas declarações.
Além das testemunhas, outros moradores foram ouvidos. Elas confirmaram que o suspeito costumava levar prostitutas para casa e usar drogas.
Na tarde do crime, duas mulheres, uma prostituta e outra apontada como sua cafetina, estiveram na casa após receberem uma ligação da própria vítima pedindo ajuda. Quando chegaram, Érica relatou que aguardava a chegada da polícia.
Após o crime, equipes da Polícia Civil localizaram as duas prostitutas em um bar da cidade, conhecido como ponto de encontro de profissionais do sexo. Ambas foram levadas para prestar depoimento.
A principal linha de investigação aponta que o feminicídio foi motivado por um desacordo financeiro relacionado a um programa sexual. O corpo de Érica foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para necropsia.
Este é o primeiro feminicídio registrado em Bataguassu nos últimos dois anos e o 26º caso no estado de Mato Grosso do Sul em 2025, segundo dados policiais. O caso reacende o alerta para o avanço da violência contra mulheres no estado.
Fonte: Topmidia News