Dandara Queiroz, multiartista e ativista indígena, veio à público denunciar a situação de calamidade vivida na comunidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Em vídeo publicado nas redes sociais, a jovem expôs a falta de água e a repressão vivida na maior reserva indígena em contexto urbano do Brasil.
“Eu estive lá nesta última semana, vi uma população vivendo sob temperaturas que ultrapassam os 38 graus, vivendo sem água! São mais de 20 mil indígenas das aldeias Bororó e Jaguapiru, entre as quais estão muitas crianças e idosos, sem qualquer estrutura ou suporte. O único açude próximo está totalmente poluído. Em novembro de 2024, fizeram um protesto pedindo água, mas foram oprimidos com tiros de borracha e gás de pimenta. Desde então, basicamente nada foi feito. A construção de poços tinha previsão de entrega em março, porém não está nem perto de ser finalizada. Os caminhões-pipa prometidos para o período, em caráter de urgência, também não estão chegando e, quando chegam, são insuficientes. Estive lá na semana passada e havia 2 semanas que nenhum caminhão-pipa aparecia. Somente 20% da população indígena brasileira tem acesso à água potável, é muito triste essa situação, por isso venho através deste vídeo pedir ajuda e trazer atenção para esta condição desumana”, afirmou.